Autor em foco: Conheça a autora Káthia Gregório

Hoje, queremos destacar a autora Káthia Gregório, autora de diversos poemas em antologias da Lura além do seu livro solo “O Miolo” com sessão de autógrafos na Bienal do livros do Rio 2023.

Káthia nos convida a conhecer sua aventura literária, desde o estímulo de uma simples mensagem do WhatsApp até os desafios da escrita. Sua jornada reflete uma paixão genuína pela cultura maranhense, uma busca profunda por autenticidade, e uma dedicação inspiradora à arte da escrita. Através de suas palavras, ela busca motivar outros escritores emergentes e aqueles que sonham em deixar sua marca no mundo literário.

Mergulhe nessa conversa literária recheada de paixão, descobertas e autodescoberta, e entenda o que significa ser uma autora no cenário literário brasileiro.

Confira a entrevista:

1: O que inspirou você a escrever O Miolo?

R.: A ideia surgiu de uma mensagem sobre o Bumba meu boi recebida por Whatsapp. Logo de cara, encantei-me pela imagem de um boi que ilustrava um artigo sobre os festejos de São João. Na verdade, eu me desafiei a escrever um conto, que seria o primeiro. Porém, o texto acabou culminando num romance.

2: Como foi a sua jornada de escrita? Quais foram os principais desafios que você encontrou?

R.: Tudo aconteceu durante a pandemia, inclusive, o meu início em tudo que se referia à literatura. Todos os dias, ao retornar do trabalho, dedicava-me à história. De segunda-feira a sexta-feira, eu escrevia por quatro ou cinco horas seguidas; e nos finais de semana, praticamente o dia inteiro. Escrever sobre um assunto cujas tradições eu desconhecia, bem como desconhecer o processo de criação literária e a escrita criativa foram os principais desafios enfrentados. Ao longo do processo de revisão, outros desafios surgiram. 

3: Como você acha que o seu estilo de escrita evoluiu ao longo do tempo?

A partir do momento em que a leitura passou a fazer parte da minha rotina diária, comecei a ser bastante crítica comigo mesma. Ao comparar a minha última produção textual com as primeiras, percebi que a minha escrita está um pouco diferente.

4: Quem são os autores que influenciaram seu trabalho e de que maneira?

Eu praticamente comecei a escrever antes de ler os grandes autores. Portanto, posso afirmar que toda a minha produção textual, até o presente momento, foi construída sem qualquer influência. Deixei-me ser guiada pela minha intuição. Porém, o meu próximo lançamento poderá ser bastante diferente. Ler grandes autores ajuda a aumentar o imaginário, a ampliar o vocabulário, a expandir a criatividade, bem como ajuda no amadurecimento da própria escrita.

5: Pode nos contar um pouco sobre os temas abordados em O Miolo?

R.: O Miolo aborda um pouco sobre o período de escravidão no Maranhão, sobre  os casarões portugueses na cidade de São Luís — onde a maior parte do enredo se desenvolve —, sobre as manifestações culturais, tais quais: a festa popular de São João, a Festa do Divino, a dança Tambor de Crioula,  o Bumba meu boi e seus Sotaques, é claro. O romance também fala sobre a rica culinária maranhense. É uma narrativa sobre a cultura maranhense, regada por muitos sons, muitas cores e muitos sabores.

6: Como achou a Lura Editorial como parceira na publicação?

Eu conheci o trabalho da Lura Editorial através da antologia A Vida em Poesia. Fiquei maravilhada com a qualidade e o acabamento  do livro. A atenção dispensada a mim, escritora de primeira viagem, conquistou um espaço enorme no meu coração. Eu não havia percebido que o e-mail da editora — informando sobre a aprovação dos meus poemas na referida antologia —, havia sido encaminhado para o lixo eletrônico (SPAM). Entretanto, no último dia do prazo para o envio do contrato assinado, entraram em contato comigo através do Whatsapp. A equipe responsável pela organização da antologia queria saber se eu, realmente, havia desistido de participar. Fiquei muito emocionada com aquela iniciativa. Então, não tive dúvidas de que O Miolo seria muito bem cuidado.

7: Você tem algum conselho para escritores aspirantes que desejam publicar seu primeiro livro?

R.: Eu não tinha o desejo de ser escritora. Escrever um livro jamais passou pela minha cabeça. Sabe aquele filme: De Repente 30? No meu caso, foi durante o período de quarentena da Covid-19 que a escrita surgiu, de fato, na minha vida: De Repente Escritora. Sem nunca ter sonhado em ser uma autora, já tenho dois livros publicados e vinte e sete participações em antologias e certames literários. Então, se seu sonho é ser escritor, não tenho dúvidas de que conquistará muito mais que eu, que não sonhava em ser.  Os meus conselhos são: escreva todos os dias, nunca compare a sua escrita com a de qualquer outro escritor, participe de antologias, não deixe de anotar todas as suas inspirações (aquelas que surgem do nada), estude as etapas do processo de criação literária e o objetivo da escrita criativa — coisa que estou fazendo somente agora — e, leia bastante.

Eu não tinha o desejo de ser escritora. Escrever um livro jamais passou pela minha cabeça. Sabe aquele filme: De Repente 30? No meu caso, foi durante o período de quarentena da Covid-19 que a escrita surgiu, de fato, na minha vida: De Repente Escritora. Sem nunca ter sonhado em ser uma autora, já tenho dois livros publicados e vinte e sete participações em antologias e certames literários.  

8: O que você está lendo no momento? Você poderia recomendar alguns livros para nossos leitores?

No momento, estou lendo Memórias Póstumas de Brás Cubas. Finalmente! Pois, nunca é tarde! Amei conhecer as seguintes obras: Dom Casmurro (Machado de Assis), O Quinze (Raquel de Queiroz), Ponciá Vicêncio (Conceição Evaristo), Morangos Mofados (Caio Fernando Abreu), O Penúltimo de Trem (Tania Zagury), Essa Terra (Fernando Torres), entre outras. 

9: O que você espera que os leitores levem consigo após lerem O Miolo?


R.: A vontade de conhecer de perto as maravilhas do Maranhão, sua diversidade cultural e gastronômica, o desejo de assistir aos festejos de São João, em São Luís — cidade fundada por franceses, invadida por holandeses e colonizada pelos portugueses —, lugar onde a maior parte do enredo se desenvolve. Procurei dar ao romance bastante verossimilhança, com o intuito de despertar o interesse dos leitores para a vontade e o desejo mencionados acima.

10: O que vem a seguir para você? Você está pensando em um novo projeto no momento?

R.: A minha presença na Bienal de 2023, na cidade do Rio de Janeiro. Desta vez, como autora.  O meu romance O Miolo será lançado neste evento. Também estarei presente nos lançamentos das antologias A Última Visita e O Reino dos Sonhos, nas quais tenho participação, além de outras.

Sobre um novo projeto, tenho pensado num livro de contos, talvez. Mas, desde que nenhum deles se enverede para uma narrativa mais longa. Afinal, o romance O Miolo nasceu de um conto. 

Assista ao vídeo-depoimento da escritora: https://youtu.be/Zikzij_z_kw


Fica aqui o convite para conhecer a autora pessoalmente na Bienal do Livro do Rio de Janeiro e garantir seu exemplar autografado:

📅 Data: Sábado, dia 02 de Setembro de 2023

⏰ Horário: 12h às 14h

📍 Local: Estande da Lura Editorial – Rua Q-28 – Pavilhão Verde