Hoje, queremos destacar Mauro Felippe, autor de diversos livros, incluindo “Nove”, “Humanos”, “Espectros”, “Ócio” e o recém-lançado “Catarse”. Conheça mais sobre Mauro Felippe e sua incrível jornada literária em nossa entrevista exclusiva.
1: O que inspirou você a escrever seus livros?
Comecei a escrever cedo, aos 16 anos, em uma fase de conflitos adolescentes que despertaram em mim o desejo de compreender o comportamento humano e suas relações interpessoais. Em 2014, após 21 anos de experiência ininterrupta como advogado, senti que era hora de resgatar minha poesia, deixar o pensamento fluir novamente e ir além. Resgatei algumas reflexões do caderno da adolescência, mas a maior parte diz respeito à minha fase madura atual. Entendo que meus livros revelam um modo peculiar de interpretar o cotidiano, com palavras sagazes, contundentes, penetrantes, mas sempre sensíveis. Arriscaria dizer que todos os textos têm sentimentos, como se fosse uma autobiografia escrita em primeira pessoa. Todos, sem exceção, refletem alguma decisão minha, pessoal, mas em diversas formas de linguagem.
2: Como foi a sua jornada de escrita? Quais foram os principais desafios que você encontrou?
Sou advogado há 30 anos e já cheguei a cursar Engenharia de Alimentos antes de optar pela carreira em Direito. Desde 2014, escrevi as coletâneas poéticas mencionadas anteriormente. A escrita está intrinsecamente ligada à minha vida, pois cada petição aos Juízos é uma busca única de tentativa de persuasão a um terceiro que nem me conhece, mas que julga meus argumentos. Isso fez e ainda faz com que eu me dedique diariamente à leitura e à escrita. Busco sempre a inovação, o inédito, o desafio de temas pouco explorados. Com a maturidade, a escrita evoluiu com a busca incessante pela correção, mas nunca me deixo levar por modismos. Sou autêntico no que faço e não me convencerão a mudar os temas que escrevo. Eles são muito subjetivos, imediatos, quase que advindos do além. Algo me sensibiliza no momento, e esse momento é único, se não escrevo o texto, ele se perde. A escrita me para. Confesso que leio diversas formas de literatura, desde poemas até grandes romances, mas, por ser imediatista e inquieto, minha preferência se inclina para textos curtos que me provoquem a pensar e repensar.
3: Como você acha que seu estilo de escrita evoluiu ao longo do tempo?
Creio que meu estilo de escrita é atemporal, pois os temas são atemporais. Não sigo modismos ou correntes literárias. Ao escrever, já sei no mesmo instante o que penso, inclusive na ilustração, se houver, com um toque surrealista. Definir um estilo didático ou correntes literárias agora seria um erro, pois não me prendo a eles. Minha preferência é criar textos únicos, sem sequência com os seguintes. Essa é a razão pela qual não costumo numerar as páginas, pois provoco o leitor a lê-los aleatoriamente, conforme o que lhe convém no momento. Se não simpatizar com um texto, pode mudar de página e encontrar outro forte.
4: Quem são os autores que influenciaram seu trabalho e de que maneira?
Tenho uma vasta lista de autores que me influenciaram, porém, ao longo dos anos, percebi que prefiro os que me fazem pensar ou resolver conflitos profissionais com apenas uma linha de leitura. Quando adolescente, fui obrigado a ler um livro por mês para provas semestrais, e, na época, tínhamos acesso limitado a autores nacionais. Os clássicos como Machado de Assis, Guimarães Rosa, José de Alencar, entre outros, fizeram parte da minha formação cultural. Com o passar dos anos, busquei leituras em outras áreas como Psicologia e Filosofia, o que também influenciou minha forma de escrever. Minha criação de temas é motivada pelo desejo de provocar reflexões.
5: Pode nos contar um pouco sobre os temas abordados em “Catarse”?
Os temas abordados em “Catarse” não estão direcionados a uma única causa ou efeito, como se fosse uma trilogia ou uma sequência. Cada poema é quase psicografado, surgindo de uma simples poça d’água a temas complexos que atingem o ser humano psicologicamente. Transformo os temas pensados na hora em parábolas, metáforas, etc., para aliviar o pensamento do leitor e fazer com que ele entenda onde quero chegar. Os poemas são independentes, não são interligados uns aos outros, e são extraídos dos meios em que convivo, seja no país, no escritório ou no planeta. Os temas têm que me sensibilizar.
6: Como você encontrou a Lura Editorial como parceira na publicação?
Os primeiros quatro livros meus são autopublicados, com capas duras, papéis de alto nível e ilustrações criadas por mim. Após o quarto livro, comecei a pensar em algo maior, ter uma editora para levar meus livros às livrarias e plataformas. Pesquisei agências de mídia e encontrei a LC Comunicação, da Lilian Cardoso, com quem estabeleci uma parceria. Depois disso, em 2019, lancei uma Antologia por outra editora. No momento, estou com o livro “Catarse”, indicado ao “Prêmio Jabuti” 2023 em diversas categorias, e pretendo lançar mais três livros de nível semelhante. Para isso, contei com o apoio da Lura Editorial, que foi recomendada por muitas pessoas, principalmente pela LC Comunicação.
7: Você tem algum conselho para escritores aspirantes que desejam publicar seu primeiro livro?
Sim. Primeiro, escrevam o que gostam, o que lhes convém, sem modismos ou palavras pouco usuais. A originalidade é linda, e se alguém achar feia, não importa: o que importa é que você gostou! Transformem o livro em um filho, que verão que terá amor incondicional aos rabiscos, ao tempo, para nascer com a sua cara, com seu perfil. Esqueçam rótulos ou vendagens. O sucesso da obra é reflexo de um conjunto de fatores trabalhados anteriormente e de um bom revisor. Mas do que adianta ter todos esses fatores sem ter o seu livro, SEU filho? É uma dádiva!
Transformem o livro em um filho, que verão que terá amor incondicional aos rabiscos, ao tempo, para nascer com a sua cara, com seu perfil. Esqueçam rótulos ou vendagens. O sucesso da obra é reflexo de um conjunto de fatores trabalhados
8: O que você está lendo no momento? Você poderia recomendar alguns livros para nossos leitores?
Não há um momento específico para a leitura para mim. O que existe é o momento do meu psico, que me leva a buscar a obra que me agrada naquele instante. Por isso, tenho o hábito de ter livros abertos com marcadores na sala, ao lado da cama, no carro, no escritório, em vários lugares. Se não leio é porque naquele momento não estava com ânimo para fazê-lo. Mas de repente posso me pegar lendo um livro no metrô. A leitura é uma companheira, mas não obrigatória. Ela nos permite viajar pelo mundo sem sair do lugar. No momento, estou lendo várias biografias de músicos, meus ídolos consagrados. Recomendo a Biografia de Neil Young, todos os livros de Neil Peart, de Fernando Pessoa, Bertrand Russel, Viktor Frankl, entre outras incontáveis biografias e obras.
9: O que você espera que os leitores levem consigo após lerem “Catarse”?
Espero que a leitura provoque reflexão nos leitores. A literatura tem esse poder de acrescentar algo, mesmo que a opinião do leitor não concorde com o que foi lido. Os livros têm o poder de mudar os homens. Desejo que os leitores leiam e releiam os poemas várias vezes, para que cada leitura seja uma nova opinião, uma mudança de rumo. Essa é a essência da minha escrita.
10: O que vem a seguir para você? Você está pensando em um novo projeto no momento?
Tenho material para mais uns três livros do nível de “Catarse” ou dos anteriores, desde 2019. Há meses que não escrevo, pois não há um dia escolhido ou programado para isso. A escrita tem que acontecer, vir como mensagem do além, senão não consigo. É a materialização do pensar. Após “Catarse”, que já é um dos indicados ao “Prêmio Jabuti” 2023 em diversas categorias, já estou com outro projeto em mente que certamente será lançado em 2024.
Fica aqui o convite para conhecer o autor pessoalmente na Bienal do Livro do Rio de Janeiro e garantir seu exemplar autografado:
Sábado, dia 09 de Setembro de 2023 às 18h até as 20h
Localização do Estande da Lura editorial: Rua Q-28 – Pavilhão Verde
Contato com o autor e redes sociais:
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Confira as últimas resenhas e divulgações recentes na mídia sobre o livro CATARSE que está concorrendo ao Jabuti 2023 em diversas categorias:
https://www.resenhando.com/2023/07/catarse-com-tempos-realistas-e.html
http://felipehart.blogspot.com/2023/07/a-volta-da-poesia-reflexiva-lancamento.html
http://folhanoroeste.blogspot.com/2023/07/catarse-poesia-que-transcende-as.html
